"Quem bebia vinho, com os olhos tomava conta do leite.
Quem lento bebeu o leite, sentiu o vinho que o outro bebia.
Lá fora Deus nas acácias.
Que existiam.
Comíamos.
Como quem dá água ao cavalo.
A carne trinchada foi distribuída.
A cordialidade era rude e rural.
Ninguém falou mal de ninguém porque ninguém falou bem de ninguém.
Era reunião de colheita, e fez-se trégua. (ironia?)
Comíamos.
Como uma horda de seres vivos, cobríamos gradualmente a terra.
Ocupados como quem lavra a existência, e planta, e colhe, e mata, e vive, e morre, e come.
Comi com a honestidade de quem não engana o que come: comi aquela comida e não o seu nome.
Nunca Deus foi tão tomado pelo que Ele é.
A comida dizia rude, feliz, austera: come, come e reparte.
Aquilo tudo me pertencia, aquela era a mesa de meu pai. (Pai)
Comi sem ternura, comi sem a paixão da piedade.
E sem me oferecer à esperança.
Comi sem saudade nenhuma.
E eu bem valia aquela comida. (Valia?)
Porque nem sempre posso ser a guarda de meu irmão, e não posso mais ser a minha guarda, ah não me quero mais.
E não quero formar a vida porque a existência já existe. (Vida)
Existe como um chão onde nós todos avançamos.
Sem uma palavra de amor.
Sem uma palavra.
Mas teu prazer entende o meu. (minúsculo mesmo)
Nós somos fortes e nós comemos. (fortes?)
Pão é amor entre estranhos."
Clarice Lispector.
"Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste."
CLAMOR!
Jesus é A Selfie de DEUS!
Há 9 meses
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